Marco Guerra – Vatican News
Refletir sobre as políticas italianas a favor dos idosos à luz da recente Lei de Habilitação sobre o cuidado dos idosos, destinada a melhorar a assistência a eles e a garantir a autonomia. Este foi o objetivo da conferência “Juntos”, realizada em 16 de setembro, em Verona. O evento foi promovido pela Pontifícia Academia para a Vida, pela Comunidade de Santo Egídio, pela Associação AD HOC (Ad Honorem Chiarenzi), pela Associação Spazio Tempo e pela Fundação L'Ancora. O debate foi enriquecido com os pronunciamentos de dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida; do bispo de Verona, dom Domenico Pompili; do presidente da Região do Veneto, Luca Zaia; do prefeito de Verona Damiano Tommasi; do presidente da Câmara, Lorenzo Fontana e do prof. Luigi Grezzana, médico e diretor do Curso Superior de Geriatria da Faculdade de Medicina de Verona.
Numa nota divulgada antes da iniciativa, os organizadores lembram que “a Lei de Habilitação surge da necessidade de definir novos critérios e intervenções de cuidados aos idosos, para melhorar a qualidade do sistema de cuidados aos idosos e aos idosos não autossuficientes e contribuir para que os encargos que pesam sobre as suas famílias com vantagens a serem reforçadas e reformadas também à luz das necessidades de bem-estar, num quadro de integração social, autonomia e vida independente".
“É importante falar da lei de habilitação não tanto para ajudar na redação dos decretos de implementação, mas porque é indispensável uma nova cultura voltada para a população idosa, para que esta lei seja verdadeiramente eficaz”, afirma dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida explica por que o debate sobre a nova legislação de assistência deve ser alimentado. “Esta é uma mudança de paradigma – continua Paglia – ou seja, não intervir mais a partir da doença, mas cuidar e valorizar todos os idosos”. Dom Paglia recorda então que na Itália vivem 14 milhões de homens e mulheres que entraram na terceira idade e que por isso a parte final da vida “não pode ser pensada como um naufrágio”, pelo contrário, “deve ser vivida como uma oportunidade”.
O Papa Francisco contribui para a mudança de mentalidade exaltando sempre o papel dos idosos, definindo-os como “mestres da ternura” com uma “especial sensibilidade para o afeto” e sublinhando a importância de cultivar raízes. Neste contexto, o presidente da Pontifícia Academia para a Vida destacou também como os idosos podem ser protagonistas na geração de valor social. “O Papa dedicou várias catequeses aos idosos - explica Paglia - dentre estas uma dirigida aos mais jovens que devem homenagear os idosos e várias outras que podem ser definidas como um manual de como viver a velhice de forma cristã, redescobrindo assim o voluntariado e uma perspectiva a serviço das outras gerações".
Por fim, sublinha a necessidade de redescobrir a “responsabilidade de não deixar os idosos sozinhos. A solidão é pior que a Covid”. O prelado exorta, portanto, a circundar os idosos de uma riqueza de relações, porque através desta rede os idosos podem dar ainda mais aos jovens, desta forma “o vínculo intergeracional torna-se crucial para todos”. Dom Paglia volta então à lei de habilitação, defendendo que o cerne da legislação é permitir aos idosos “ficarem em casa, onde sempre viveram e dar-lhes a riqueza das relações”. “Que o governo assuma, portanto, a responsabilidade de ativar assistência domiciliar eficaz contínua e integrada, e se houver necessidade de centros diurnos multifuncionais”, conclui.
Fonte: Vatican News
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